O DIÁRIO DE ANA TOMAZ - Dorian Gray (2ª PARTE)

O DIÁRIO DE ANA TOMAZ - Dorian Gray (2ª PARTE)

Fechei a porta e ordenei que se despisse. Ali ficou ele, à mercê de uma estranha e sem a companhia dos seus espelhos. Estava claramente fora da sua zona de conforto. Sei que era o que procurava, pois é fora da nossa zona de conforto que muitas vezes nos deparamos com capacidades que não conhecíamos. Porém, esta seria uma única vez para ele… O meu narcísico, jamais voltaria a colocar-se numa posição de submissão.

O quarto era interior, portanto sem janelas. Em três das quatro paredes pendiam majestosos espelhos de dimensões proporcionais ao ego do meu submisso… Numa quarta parede estava a Cruz de Santo André. No centro da sala encontrava-se uma cadeira BDSM 10006 e em frente uma poltrona digna de um rei. A poltrona de “Dorian Gray”.

Por baixo de um dos espelhos encontrava-se uma credência. Em tempos utilizadas para colocar os utensílios utilizados durante a celebração da missa. Neste caso a missa era outra, chibatas e chicotes de uma qualidade magnífica. Cada chicote pesava entre quilo a quilo e meio, sem dúvida que ele era um player que gostava do melhor.

O ambiente era sombrio e intimidatório, muito devido aos inúmeros candelabros antiquíssimos que se encontravam espalhados pelo quarto, mas também devido aos confessionários estrategicamente colocados em cada canto da sala. “Dorian Gray” gostava de ter plateia. Mas desta vez não havia plateia, eramos só nós os dois naquela sala e a “Senhora” era eu.

Atei-o à cruz de Santo André e coloquei-lhe uma mordaça. Retirei-lhe a venda e deixei-o contemplar o seu reflexo no espelho. Para meu espanto gostou do que viu. Coloquei-lhe umas molas japonesas nos mamilos e a dor soube-lhe bem. Dirigi-me à credência e agarrei num chicote entrançado. Afaguei o chicote, como se do meu cabelo se tratasse e sem ele esperar dei a primeira chicotada no ar… o som ecoou pelo quarto todo. Coloquei-me na sua frente e olhei-o nos olhos e vi pela primeira vez receio no seu olhar.

Comecei por fustigar os seus braços com pouca intensidade, depois o peito fazendo com que o chicote acertasse nas molas que estavam presas aos mamilos, ele gemeu com a dor, mas quis continuar. A intensidade das chicotadas foi aumentando e os gemidos subiram de tom, terminei este momento a fustigar o seu escroto de forma cuidadosa, mas intensa… A pele dele estava marcada e as molas acabaram por saltar com a intensidade das chicotadas, fazendo com que sangrasse ligeiramente dos mamilos.

Retirei-lhe a mordaça e ele disse “continue Senhora”. Soltei-o da cruz e coloquei-lhe uma coleira onde o meu nome estava gravado, prendi uma trela em metal e ordenei que se colocasse de quatro em frente ao espelho. Posicionei-me de pernas abertas com ele por baixo, puxei-lhe o pescoço para que nos visse no espelho. Ele viu o meu nome na trela e um laivo de raiva passou-lhe pelo olhar… Perguntei “Quem é a tua Senhora?” e ele nada respondeu… puxei a trela um pouco mais com a minha mão esquerda e bati-lhe com a minha mão direita na cara. Voltei a perguntar “Quem é a tua Senhora?” e ele respondeu “Anna”.

Ordenei que se sentasse na cadeira de BDSM. Amarrei as suas pernas e braços à cadeira e fui buscar uma chibata de metal. Passei a chibata pelo seu rosto e o pânico instalou-se no seu ser e pela primeira vez a palavra de segurança foi utilizada… Sorri e ele percebeu que o estava a testar e isso deixou-o excitado. Afastei-me e fui uma vez mais até à credência. Retirei uma vara de aço, um dos meus instrumentos preferidos. Fustiguei-o e com a ponta da vara marquei o seu corpo até este começar a sangrar superficialmente. Ele continuava excitado, mas exausto.

Sentei-me na poltrona de “Dorian Gray” e esperei que o seu órgão ficasse flácido e que erguesse a cabeça para me encarar. Estava espantado com o prazer que lhe havia proporcionado, nunca o verbalizou de forma taxativa, apenas disse “Está convidada para vir um dia, a este mesmo quarto como mera espectadora”.

Mais uma vez ganhei, que sensação inebriante que o poder tem sobre nós. Sem uma palavra, soltei-o da cadeira e voltei a colocar o meu casaco. Ao dirigir-me para a porta voltei-me para ele e disse “Obrigada pelo convite “Dorian Gray”, quem sabe um dia não farei parte da sua plateia”. Ele sorriu e percebeu o porquê do nome que lhe havia dado.

Nota: Dorian Gray, personagem fictícia do romance filosófico O Retrato de Dorian Gray (em inglês: The Picture of Dorian Gray) do escritor e dramaturgo Oscar Wilde.

 

Ana Tomaz

Posted on 2016-10-10 ESTÓRIAS 0 2471

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